Eram duas horas da tarde, e o sol estava estranhamente a pino. A sombra de Lúcia pairava sobre o chão de forma colossal; uma vasta escuridão em cima das lajotas. Teque teque fazia seu salto, não estava acostumada com esse tipo de artifício. Era o que era e ponto. Para que o salto e todo-o-faz-de-conta? Revirou os olhos como quem não entende e apressou o passo. Agora já faltava pouco. Teque teque, teque teque e para. Lá estava o prédio, a porta de madeira assustadora. Grades, tudo cinza e um pernambucano: - Fala seu Altair! Posso subir?. Teque teque, claro. O Sorriso de nervosismo é aparente. Desfranze a testa e chama o elevador.
Todos sabem porque estava lá. Fazia tempo que ela não o visitava. Foi-se ouvido gritos naquela madrugada, algumas expressões roucas e um- súbito -silêncio sepulcral. Depois disso, nada mais de Lúcia no Edifício Torres.
O Elevador chegou, entrou e ajeitou o vestido vermelho. Discretamente nota a câmera de segurança, acena para o pernambucano do outro lado da fibra óptica e aperta o 12. Aqui vai ela.
Estava espremida, parecia que subia com outros cem, mil no mesmo elevador, respirando do mesmo ar e sofrendo da mesma agonia. Não era mulher de desistir, era Coragem e nada a detia. Arrumou o cabelo, desgrudou uma mecha do gloss e esperou pelo pior.
Tudo parou, a moça desceu. E agora o que?
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Um comentário:
e agora o que?
oque??
o texto tem tanto ritmo... faltou a batida final!
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