30.3.09

Melancolic

não dedico textos abertamente, mas esse é para você.

Ando de pequenas melancolias, sussurro e balas de laranja. Meu dia-a-dia é café, ar-condicionado e questões de múltiplas escolhas; múltiplas. No rush das seis, sete ou oito, com sol a pino ou não. Não é nem trabalho braçal... voltemos a melancolia.

Vivo de muito pouco, de olhares aos cantos, suspiros profundos e nada mais. Com pianinho no fundo tocando o As Time Goes By, lembrando que sempre terei Paris. Terei, teremos. Acender o isqueiro só para ver a chama que um dia eu tinha, guardada bem ali mas o vento apagou. Soprou, soprou e a casa caiu, viva o lobo mau.

17:17, 14:14, 12:12. Não dá mais, não dá mais! Ou você para, ou sou eu que paro. Paremos, é mais saudável assim. De minha melancolia, tenho você com tudo-mais e já me basta... Basta! não quero viver do que é museu, quero viver da arte, nossa arte. À tua arte! viva e a deixe viver, largue tudo e venha comigo, pulemos as piores partes e relembremos o que tivemos. Pense em Casablanca meu querido.

23.3.09

Não é possível entender os homens, isso eu lhe garanto. É possível entender as marés, as noites sem lua e até aquele desprezo. Mas os homens, não há jeito. Se está quente, preferem frio. Se derrete, querem sólido. O fato é que estou perdida nas ações, no intervalo, e no teu tempo. Relógio de ponteiros, nunca soube ler direito.

E para que tentar decifrar seu sorriso, seu pensamento? De que me valhem? Como certa vez alguem disse, 'perdi o bonde e a esperança'. Esse é o meu retrato.
Eu só queria entender, essa é a minha mania! Mas para quê entender tudo... e sobretudo, você!?

Não entendo mais nada. Devo ser alvo de variações, região de conflitos geopolíticos.
Só quero liberdade, ou mais... para isso não tem nome. Querida Clarice! Agora entendo!

Para mim, pouco importa. O Encanto quebrou, o sapatinho não cabe mais. Princípe não existe. E eu não viro abóbora.

19.3.09

Ventura narrativa.

Maria da Penha fazia tudo igual, todo dia.

Acordava cedo, prendia seus fios abrasileirados em um coque e dava rumo à vida. Com passos de elefante, usava dos poucos recursos que tinha para chegar em tempo do serviço. São Paulo não parava, e nem Maria da Penha podia parar.

Oito horas, ali na Paulista com a Brigadeiro, passava em passo rápido pela ventilação do metrô: a saia subia meio como a da artista do vestido branco... não causou a mesma comoção. E lá se foi.

Machadinho a esperava. Do lado de fora, apoiava no poste enquanto tragava seu vício matinal. O café na outra mão, já frio pela espera, era garantia de azia mais para a hora do almoço. Era culpa da Maria da Penha, sempre.

Cinco minutos depois, com os cabelos soltos, surgia a atrasada. Não conseguia ficar emburrado, a malemolência da Penha era hipnotizante para Machado. Com o sorriso feito no rosto, só podia mesmo dar um gole do café, que se danasse a azia.

Por debaixo dos óculos escuros, Maria da Penha sabe bem o que faz. Com ar de despreocupada, sabe que nada vai atingi-la, não hoje.

e era sempre assim.

16.3.09

Sentimento de desapropriação do blog, coisa esquisita. Sentimento de sono profundo, de sono nos olhos ou sono mal-dormido. E muito sono concentrado. Não acaba, não acaba!

as idéias sumiram, assim como a vontade de salvar o mundo com o pouco que tenho na mão. Só quero ouvir um tango. Caí.

Porque falar de amor é fácil. As idéias jorram e fica tão bonitinho, arranca os owns e arrepia quem tem que arrepiar. Mas eu cansei de me atormentar, pois a tormenta já passou faz tempo! Cansei de viver nesse presente, quero outro nem que seja o meu inventado; quem disse que o que não é real deixa de ser verdade?

Engasguei nas palavras, tropecei nas minhas apostilas. Só consegui extrair isso, deixo a desejar.

sonho com ele todos os dias.

13.3.09

Antiguidade.

Foi novo para mim. Bicho que come quieto, parece mineiro. Severino, entrou como bala na carne e ficou ali, sangrando. Sangrando.Susto, sangria desatada. Enrola, chora, enrola, chora. E sangra.Fui na doutora. Achava que meu caso era grave. – É grave doutora? - Ah é grave. Sua filha está com tristeza. Não tem motivo não, essas coisas acontecem. Tem é que se tratar. Vai passar, mais dia ou menos dia.Então eu tenho tristeza. Chato. Inválida. Doente. Coitadinha. Louca. Deprimida. Depressão. Prédio. Liberdade. Pula. Liberdade. Obsessão. Compulsão. Remédio. Análise. Psicóloga e psiquiatra. Amiga e Doutora. Ajuda profissional minha filha, você também tem que fazer força. Não estou vendo progresso.Tem que ser egoísta agora, só pensar em você. É para você. Mas o e resto? Sem resto Camila, pensa em você. Filha, você só pensa em você! Mimada, não te criei assim.Outra colisão.E mais coisas, outras coisas. Umas chocaram nas outras e virou quebra-cabeça de mil peças. E falta uma. Aonde foi parar? Explodir, eu posso?Mais e mais. Mas... e mais! Fica boa, cresce rápido, seja doce. Seja a Perfeita. Sem Coragem. Não pode, é feio. Louca, deprimida... chega de coragem. Vai que você pula?Enfrenta tudo, com força de vontade. Vai passar. Mais dia ou menos dia. Mas...

9.3.09

meu Desabafo, entre outros sonhos acalentados.

Oi, acho que agora é a hora de dizer, mesmo que você já saiba por tradição, convenção ou lógica que seja. Eu gosto é de você.

Confesso que eu tentei esconder, confesso que fugi para outros estilos literários. Contos e crônicas mas não deu; tive que cair aqui, no gênero do Desabafo, na pobreza de termos e estilo. Nessa mesmice, nesse textinho chato que não acrescenta nada a ninguém, só a mim que o escreve e se sente melhor.

Quem dera esvaziar tudo em você, meu bem. Me perder em você e não em mim. Quem me dera, quem me dera! E então... ah, e o que mais?

Noite passada sonhei com você. (Havia me esquecido que era um texto de desabafo)
Meu sonho foi o que era a nossa realidade, você se lembra? (agora me sinto mal porque meu sentimento é tão bonito, e o modo que ele sai é tão clichê tão mesquinho e sem.. sem nada meu Deus.) Como era bom! E mesmo que por poucos momentos, eu tinha você para mim. Eu me sentia a garota mais sortuda do mundo, e como queria que você tivesse o mesmo por mim.

Eu sei como você aprecia a norma culta, o texto bem escrito... sinto que não vai sair hoje.
Resolvi colocar isso aqui, porque agora eu vou seguir para frente, com o empurrão do cursinho e tudo mais que ocorrer a minha volta. Não gosto de posts tão pessoais, mas esse tinha que ser assim, se não-não seria Eu.

Prometo que esse é o último. Pelo menos, fora de mim.

4.3.09

Como eu tenho saudades. De tudo, da vida, da facilidade, dessa não-morte de cursinho. Como eu não tenho saudades do tédio, do calor, do mar, das noites mal dormidas e dele. Minto, sinto saudades das noites mal dormidas, de lá vinham meus mais belos sonhos. E dele, você ganhou, dele e de seu tudo. Ah! o tudo. Digo, era tudo, mais que tudo. Já chega.

Sou um número agora, 014414 prazer. Gosto de ficar sentada durante as aulas naquelas carteiras minusculas e desconfortáveis, gosto de ficar olhando para o professor de Física óptica, ouvir o sotaque do professor de texto e fingir que sei tudo de inglês. Aham, isso é bom também.

Enfrento a manada, o estouro da boiada, o formigueiro. Tudo para descer e depois subir cheirando a nicotina alheia. Sou estatísitca, sou uma em muitas, não sabem meu nome e nem se importam comigo. E eu, que queria salvar o mundo me contento em salvar as amigas que caem da escada. Esse ano com nome no diminuitivo, toda essa emoção/ação de finalmente ser quando crescer... quando cresci? Não sei.

Tenho apostilas, clips coloridos e meu papel verde por todo canto em todo o lugar. Meu estojo velho, aquele que todo mundo assinou inclusive você. fica no colo, ou no chão; não há espaço nem para a minha outra parte.

que esse ano passe, meu amor.