21.7.10

A Senhora Saudade é difícil de se apresentar porque não se sabe muito bem o que ela é, muito menos o que ela quer. Para mim, Saudade é pessoal e única; cada uma tem a sua e só o dono pode identifica-la.

Cada um sabe quão cruel e vil pode ser estar afastado de alguém. Como misteriosa e traiçoeira a Senhora pode ser com os nossos pensamentos. Por um pingo de ciúmes, ela faz transbordar o copo da desconfiança; uma simples coceira pode trazer a tona toda a alergia.

A Senhora me prega peças, me faz sentir o que não é. E logo eu, que não sei se é ou se não é, fico confusa e troco tudo por metades. Acho que o mundo pode acabar; fico instável e insegura. Pois sim! a Saudade traz sua amiga Insegurança para todos os cantos, e eu fico fraca e fraca a medida que elas se aproximam.

Como me maltratam! Como pisam em mim. Me jogam de um lado ao outro, me cutucam com suas agulhas de tecer inveja.

24.6.10

só pra constar

Olá, vim limpar a poeira da estante!

não há muito o que falar; está tudo calmo por aqui. O que é ótimo, afinal a falta de dados é em si, um grande dado. Mas deixemos as batatas para depois!

Pois sim, sem grandes emoções negativas, sem muito choro ou estress. Até parece outra vida de outra pessoas. Tem dias em que olho no espelho e me pergunto se sou eu mesma; como, de um ano pra outro, a minha vida mudou tanto? e digo mais, como eu mudei tanto de lá pra cá?

É, nem tudo tem explicação; e eu sei que não quero explicação. O mistério dá a graça da vida, porque entender tudo é muito chato!

15.5.10

Relacionamentos são coisas engraçadas de se entender. Certo, talvez o adjetivo aqui usado não seja de toda forma verdadeiro. Sinceramente? Acho que é tudo muito esquisito, tudo muito fora do controle; escapa tão fácil do poder das mãos – ou do coração. Talvez a real resposta seja nenhuma. Não ficar procurando significados, viver na ignorância afinal é bênção. Concentrar minhas forças em outras coisas, como a arte ou a ocupação da USP.
Coitadinha, se pudesse arrancava tudo com as próprias mãos!

O caso novamente está nas esperanças que se perdem. A espera que não tem retorno, as expectativas que murcham depois de subir como luz-balão. Pedir demais dos outros talvez seja uma forma de cobrar de mim mesma. O porquê eu não sei, prefiro não cavar já que quem procura, acha.
Todas as tristezas de sempre, os pseudo - abandonos. As largas tentativas e nenhum sucesso. Tudo aqui, armazenado no meu cofrinho-coração, guardado a sete chaves no fundo do peito. De lá não sai, de lá ninguém escapa.

26.4.10

O Pedido

que rufem os tambores! - ela enfim descobriu.

Certas pessoas tem dificuldade de dizer o que sentem, fato que não diminui o que vem de dentro delas. Um simples obrigado pode vir em forma de sorriso, de carta ou até de um toque na ponta do nariz.
Fica meio difícil entender, no começo, o que passa dentro dessas pessoas especiais. Você pode achar que eles não ligam, que não se importam e estão com você por comodidade.
Viver com a dúvida é viver constantemente presa ao passado... como seria se fosse o outro?

Se surpreender é bom, é bom demais! Causa revolução dentro de você; o adormecido volta à tona e é ótimo ter alguém pra si. Eu descobri que tenho! Ou melhor, ele mostrou que tenho.

Os pássaros voltaram a cantar, o céu e terra colidiram e não temo mais nada. Estou é apaixonada de novo!

14.4.10

surto 12

Sucessão; sentimentos alheios que batem com o vento. Certas dúvidas novas aparecem na minha cabeça de tempo em tempo; como lidar?
Sinto falta da paixão, aquela que me consumia... Aquela que foi junto com o verão. Mas eu imploro, me conquiste de novo. Seja você, de novo, e me ganhe como só você fez.
Reclamo de barriga cheia, mas me sinto morta. Velha, aposentada da vida e da diversão.
Falta mais de mim dentro de eu mesma. Me resgata, estou confusa.

17.3.10

(in)esperado

não sei se sirvo para isso de namorar, de ter que ficar longe quando o perto é o que importa. esse drama todo, mesmo em uma semana, quebra meu coração ao meio; que saudades que eu tenho de você! as coisas nos separam, tenho medo de sentir-te escorregando pelos meus dedos. e distante, o frio chega, a lua é cheia. e eu choro, choro porque fica um vácuo. não sei mais o que é seu calor nem seu perfume. não me leve a mal, por favor não se aborreça! é só a falta que você me faz, é só a falta de um dia pra dizer tudo. não tenho outros meios, deve ser por aqui.

me sinto eu mesma, sofrendo de amor. eu não mereço, se não vem pela dor.

15.3.10

Começo Um - ou Sem Fim Um

Dedilhava as folhas do livro como as cordas do violão - aquele, que pegava poeira no canto da salinha - e perguntava-se sobre a vida, os cosmos e o jantar daquela noite.
Carla deveria ter seus 20 anos. Letrada em São Paulo, papai chamou-a de volta à Matriz para ver sua mãe doente. A doença passou, sua mãe também, e assim por lá ficou. Da janela empoeirada admirava a imensidão do escuro; como é bonito o firmamento! Mamãe há de estar por lá.
Lia um romance qualquer, daqueles em que a inspiração do autor vem depois da obra pronta. Agua com açúcar, sendo-ou-não, era o que interessava Carla. Domínio do tédio, vitória do ócio, descansava a cabeça no canto da poltrona.

Toc, toc. Pedra sob pedra, pedra sobre vidro e então sobre o mogno do chão. Duas pedrinhas, como que dois olhos, entraram pela janela e pousaram perto dos pés da leitora. Amarrado a elas, um cacho de cabelo e um retrato. Era o destino, trabalhando por ela.

18.2.10

Porque eu sei

Vim falar do amor;

Tudo agora faz sentido, tudo agora tem ritmo e eu não posso mais parar. Uma série de cólicas de felicidade, arrombo de suspiros e não tem mais nada que eu precise dizer. Você deve saber, caro leitor, que quando o romance bate na aorta o pulso intensifica e dores são suportáveis. Deve saber também que os olhos dilatam, a boca seca e a voz não da conta de tudo. É doce o sabor do correspondido, do compartilhado. É doce a confiança.
Amor denso, cheiroso. Quiçá bruto, mas não cruel. Pequenas felicidades que fazem do meu dia algo durável, fluxo contínuo de sonhos e perfumes.

Sinto que te quero a cada instante, a cada sopro do vento e trovejar das noites. Você é a cor das minhas manhas, o sol das tardes frias e o chiado das noites de vento.
Que engraço, chorar de felicidade!

24.1.10

Olá, cá estou depois de sobreviver ao (in)sobrevivível. Achei que não era possível; mais uma vez o tempo me tomou e agora já sei de tudo, tudo. Pois, vamos aos fatos: estou sem problemas, de cabeça limpa e com muito sono. Ah, as férias me tomaram e agora já esqueci como era o ontem.

De tudo, basta dizer que de fato fui mordida e não tem mais volta. E eu gostei, eu gosto de tudo novo. São pequenas felicidades, de um simples sorvete à uma noite de chuva. Agora quando chego, choro... é curioso.

Paro aqui, pois tenho mais que viver.

5.1.10

2010 já?

É sempre difícil lidar com o término de alguma coisa. Posso citar uma lista variada, que vai do fim do Colegial ao fim de um quase-relacionamento. O fato é que eu nunca soube o que dizer, o que pensar... o que fazer, quando algo termina?
Algumas vezes é só jogar fora, pegar o refil. Comprar outro, que tal? Mas quando nem cartão de crédito compra, o negócio fica sério. Eu choro. É, sento e choro porque fico meio perdida. Atordoada.
E agora, que a fuvest já foi? não tem cursinho, não tem faculdade (por enquanto). Acabou uma fase e eu não tenho a doce ideia do que virá a seguir. Preciso de direções, de quadradinhos para pintar. O que eu faço com toda essa liberdade recém adquirida? Será que agora, depois da tempestade, todos os meus medos vão voltar para a cabeça vazia?
Minha avó diz que cabeça vazia é oficina do demônio. Poupo aqui o Diabo porque ele não tem culpa de nada!
Sim, eu estou reclamando porque estou de férias. Sem futuro definido, entregue a deus dará.