29.6.09

a noite foi boa, os passarinhos já tinham ido dormir fazia tempo. O tic-tac do relógio dizia que estava com sono, sono, sono... Mas não desgrudava os olhos do teto, da janela e das sombras.
Ele dormia ao seu lado. Era o sono dos justos, ou quem sabe dos de sorte. Fazia tempo que ela não dormia assim, aquele sono pesado e embalado. Tinha saudades do tempo de menina, quando sua mãe vinha ao quarto dizer Boa Noite e então tudo se apagava. Isso sim que era sono pesado!

Agora era diferente. O sono era visita rara, convidado ilustre que nunca faz presença. Era engolida pela sua mente e então se entregava as digressões.
Seria ele, aquilo mesmo? O escolhido, o bem-amado. Seria ele o Don Juan, seu Romeu?Ah! como ela gostava de inventar problemas, devia era ficar sem ele para aprender a dar valor aquilo que lhe mais valia. Nunca se dava por satisfeita, por realizada. Uma pena viver assim, sempre querendo mais sem saber o que na verdade importa!

Sendo ela, eu acho que é o amor. Se você sente, é isso então. Só sorrir que o sono vem.

17.6.09

Se houvesse maneira humana de descrever o que passo, coragem não teria de publicá-la. Ando tropeçando mais do que levanto, os joelhos já não param de sangrar e olhar para frente me recuso. Nem sei por onde começar.

Primeiro, gostaria de pedir desculpas por escrever dessa forma, mas não sei de outro jeito; não é frescura ou arrogância... É falta de opção. Aqui vou.
São outros tempos, em que se mudam as vontades. Gostaria de poder me abster disso, desse mundo que esta acontecendo a minha volta, mas não posso! Se eu fugir, não serei coragem... Mesmo achando que não a sou faz um bom tempo.

Peço desculpas, por estar ausente... por não existir mais. Fato é que eu quero sumir, quero fazer tudo isso passar sem que você precise me ver de novo. Eu quero ganhar o mundo e não deixar as saudades para trás. Por tudo que você significa e significou para mim, não quero fazer isso a nós.
Eu cai na nova realidade, eu finalmente entendi que todos mudaram.. e que eu mudei também. Como te disse aquela vez, às vezes sinto que não pertenço a mais nada. Pode parecer infantil, mas acho que depois de tanto tempo me retraindo, eu resolvi cometer os meus erros agora. Infelizmente não tenho maturidade para consertá-los. Não ainda. Me sinto no meio de um turbilhão de coisas novas mas não posso aproveitar. Travei aqui.

Sinto-me o pó, o lixo.. O cuspido do escarrado. A parte mais suja, de novo. O que mais dói é saber que ‘nada disso era esperado de mim’, que eu mais uma vez decepcionei alguém, que fui aquém às expectativas. Sempre soube que as pessoas me faziam melhor do que eu nunca serei; que esperavam de mim muito mais do que posso dar. É mais ou menos assim que eu me sinto, todos os dias a partir de agora.

Me desculpe mais uma vez, mas eu agora não posso me fazer presente, não posso me fazer inteira para esta causa porque eu não estou inteira para mim. Você entende? Eu estou fazia para mim, o que me ocupa são fórmulas. Vocês nunca saíram daqui de dentro, mas agora não há como fazer muito diferente. Eu me sinto terrível por não poder manejar tudo, queria ser super-poderosa para poder ser e estar para você sempre... mas agora não dá.

7.6.09

ensaio não terminado sobre a Lua

- Lua, como vão os seus dias?
'Pergunto porque as noites eu sei bem como tu passas. Fico a te mirar em cada madrugada, como se cada noite não dormida te acrescentasse algo de mais belo. Como és linda lua, como queria que fosses minha. E você poderia ser.'

- Os meus dias não vão.
'Cada hora é uma tortura, porque ali confinada à penumbra não te vejo. Conto estrelas... e elas nunca são o suficiente para dar número ao meu amor. Se pudesse te dar o mar, eu lhe dava... '

- Não quero o mar, ele não é tão inspirador como você. Não quero estrelas, não me basta conta-las também! Você é.. a Minha Lua.~

(tá, e então o que?)