And if I could swim reaching for the beach, I would still feel my bones aching.
A falta que me faz é tamanha. Aperta e me sufoca e agora eu não posso parar. Deve ser o final que se aproxima, e cada vez mais o buraco se fecha e a superfície congela. E mesmo querendo chegar ao topo, parece que o fundo me espreme, me diminui e tira a minha vontade.
É assim mais ou menos que é a minha agonia, que se instalou hoje como posseira e irá passar a noite. Como eu gosto de fazer feder o lixo jogado fora, como gosto de cutucar a carniça e fazer voar todas as moscas e larvas. Como me agrada cutucar a ferida, fazê-la sangrar e depois cuidar.
Não há saúde, não há salvação para uma coisa dessas, só eu mesma posso me resgatar. Mas agora, nesses dias, para que meu Deus! Se ninguém me ama, se ninguém me quer... justo agora que estou tão clichê e desajustada. Tenho vergonha de mim mesma na frente do espelho, como uma figura morta que não representa nada, nada para ninguém.
É de meu agrado depreciar minha imagem, de me esconder na caverna para que ninguém me veja. Adoro que sintam pena de mim, por que só esse sentimento me é digno. Faz bem ao me ego ouvir o contrário, mesmo tão irracional que a ação dominó seja. Quero me entender mas nada é possível, não gosto de rótulos, de definições. Se pudesse vir com manual queimaria, veja minhas contradições!
Estou o caos, de novo e de novo! Tudo em mim quebra, despedaça e não há o que cole! E nada me salva. Me salva! Me desafoga, me tira daqui. Esse é o meu desespero e tudo mais que pulula dentro de mim. Que tudo saia em jorro, como regurgito. Para fora e para longe. Não consigo ser eu mesma hoje, vou me rasgar por dentro. Me entenda, acho que te amo. Isso me mata, acaba com o que resta. Nem mais pó é.
Eu quero gritar, amassar alguma coisa! É descrença, é choro. Nojo da humanidade e de mim. Vontade de liberar toda essa massa ruim, que me corre pelas veias e chega aos dedos. Massacro as teclas e nada, nada! Quero sair na rua, bater em alguém. Quero sentir o frio me cortando à pela, o suor me esfriando, o frio de alma. Para que tudo então se aquiete.
E então virá a calmaria, a bonança. E as lagrimas virão de felicidade. Que venham os ventos.
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