14.10.09

Me forço à escrever, mesmo que seja disso o resultado do tédio.

Faça concha com as mãos e pegue o que puder; tudo que é partido se parte no vento. Acostume-se, tudo isso vai te levar para o fim, seja ele já vindo ou não.

Eu luto contra o fim, porque quem finda não sente saudades... ou finge que não sente, chora para as paredes e conta os dias desde quando acabou. Eu faço isso sempre, toda vez que ele volta para falar comigo. Mas que seja assim, é melhor do que o silêncio que alimenta a minha imaginação.

Ela tem fome.

O sol lá fora me parece mais redondo só porque hoje você existe.
Se existiu ou não, o que importa que agora é nosso. O que é nosso vai ser difícil de arrancar, só mesmo à dentadas. Por enquanto sorrio que é fácil, alivia as dores e desenruga a cara.
Vide, mas se você voltar nem sei o que será de nós, dele, de mim. É bom mesmo que não volte, fique ai no esquecimento que eu enterro a cada dia. Mais terra! Mais poeira! E rezo para que a imagem corra fora daqui. Meu corpo não é mais teu mausoléu.

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