26.1.09

desespero (dois)


Vim tentar de novo, dizer o que eu não sei o que é. Mas tem, alguma coisa tem que ser dita nestes tempos, senso comuns ou não.

As coisas não devem ficar assim. Mesmo que seja este o fim, não se parece. Dentro de mim ainda mora - espero - a esperança. Orfã, jogada as traças e as más recordações. Abandonada por mim, e por ele.

Quem corre de gosto não se cansa, já dizia a minha avó. Quem chora de saudades cansa, porque nunca é de gosto. Fato, irrelevante e espaço perdido. Redundante.

Disse o que quero da vida, mas de que me vale isso, se o que eu não quero não me é claro? Como é grande a minha frustração em relatar o que existe dentro de mim quando não há nada. Nada que eu possa identificar, porque me esvaiu tudo desde aquele Domingo. Onde eu me apoiava não existia, era cega pois não queria ver.

Do meu esquecimento, nada restou de amoroso. Vento bateu e levou tudo embora, por mais que eu tentasse fechar a janela.

e eu continuo aqui sem saber com que pernas eu devo seguir, e nem para que caminhos elas devem me levar.

um dia, quem sabe