As unhas pintadas agora descascavam. O vermelho se esvaecia, assim como a cor de sua pele. Usava blush, assim ninguém notaria ou comentaria. Se perguntassem, era anemia, mal súbito ou até gripe; não iria assumir que era falta dele.
Era engraçado como com um olhar apenas, sua cor voltava, assim como a vontade de sair e até de ser. O pouco que se viam, ah! ela sentia que completavam-se. Então isso era o tal de amor.
Ou não, vai ver que era obsessão. Ou até carência. Ou até vício. Ou até... nada.
Mas precisava dele como suas unhas precisavam de um trato. Urgência.
Seus cabelos não eram mais vistosos, seu olhar não era mais provocante; sua boca já não era a mesma. O que não faz a falta-de-você?
Os livros não a entretiam mais, a telenovela era para os fracos. Música... só em horas de desespero, quando a mente falava mais alto que o sono. Ela precisava dormir, porque nos sonhos ela o encontrava.
Por isso, acordar era tão difícil.
Trancou-se no quarto, jogou a chave fora para dentro da boca do dração. Esperava o cavalo alvo, o principe de sempre e a sua salvação. Ah, como é lindo o faz de conta.
Lavou o rosto, olhou no espelho e viu um fantasma. Esta era ela longe do sol, longe dele. Precisava recuperar o sangue da face, das veias... do seu coração.
E quando um conto precisa de conclusão e eu não posso oferecer, assim como a vida dela precisa de motivo e este não vai aparecer. Não ainda.
Quando sua cor voltar, seu esmalte... então o conto terá fim.
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Um comentário:
Você se supera. Sempre.
E eu só posso entrar no seu blog quando estou preparada emocionalmente! É perfeito pra quem precisa deprimir... hahuhuahua.
Saudades!
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