30.1.09
Raiva
Porque tem que ser assim é o que eu não entendo. Me doi e sufoca e arde dentro de mim e eu quero ou tenho que gritar até ficar vazia. mais vazia.
a falta de causa me corroi, me esmaga por dentro como amor perdido. Dói.
eu quero chorar e gritar para o mundo que eu não sou assim, que eu não sou criança e que eu quero sair daqui o mais rapido possivel ou eu explodo junto com tudo a minha volta.
nçao da pra respirar, e me sinto tão impotente. é ditadura. Raiva maior e não melhor me cega e eu não sei mais o que falar ou o que dizer mas só sei que esta tudo junto e as palavras espirram para fora. Eu não aguento mais, tenho que fugir dessa jaula antes que o zoologico feche.
tem suor e lágrimas no chão, mas a raiva ainda esta dentro de mim.
sai daqui ou eu atiro.
29.1.09
Intensidade
você meu amor, é tudo que eu preciso
coração dispara, e não tem fim!
Alucina! porque é você.
Sem medo, nem receio
com você tudo é mais fácil
ai meu deus o que eu faço para tirar você de mim?
Sorriso ardente, seu beijo quente,
me diz, o que eu faço para tirar você de mim?
Vou me perder por ai,
porque se não tiro você de mim... arrepio!
O Mundo não tem mais valor.
27.1.09
Ah coração leviano. Mas que seja assim, que não viva de mágoas porque estas envelhecem por dentro e apodrecem a alma. Ela não tinha remorso, como haviam pedido.
Pois então, eis que estava no trem quando um certo perfume a acometeu. Exalava das cadeiras, cortinas e janela. Supenso no ar, dentro de seus pulmões. Fugir não havia como,
e nem queria; o cheiro a lembrava um certo rapaz. Ah, levianismo dos corações é o melhor remédio para as marcas da lágrima. Era outra.
Os rapazes continuavam por ai, todos em seus cavalos e muito bem vestidos. A moça continuava na janela, mas agora seu mundo tinha se expandido. Janelas, portas, portões, garagens, portinholas...
26.1.09
desespero (dois)
Vim tentar de novo, dizer o que eu não sei o que é. Mas tem, alguma coisa tem que ser dita nestes tempos, senso comuns ou não.
As coisas não devem ficar assim. Mesmo que seja este o fim, não se parece. Dentro de mim ainda mora - espero - a esperança. Orfã, jogada as traças e as más recordações. Abandonada por mim, e por ele.
Quem corre de gosto não se cansa, já dizia a minha avó. Quem chora de saudades cansa, porque nunca é de gosto. Fato, irrelevante e espaço perdido. Redundante.
Disse o que quero da vida, mas de que me vale isso, se o que eu não quero não me é claro? Como é grande a minha frustração em relatar o que existe dentro de mim quando não há nada. Nada que eu possa identificar, porque me esvaiu tudo desde aquele Domingo. Onde eu me apoiava não existia, era cega pois não queria ver.
Do meu esquecimento, nada restou de amoroso. Vento bateu e levou tudo embora, por mais que eu tentasse fechar a janela.
e eu continuo aqui sem saber com que pernas eu devo seguir, e nem para que caminhos elas devem me levar.
um dia, quem sabe
25.1.09
frustração
De tudo, sinto falta dos que seguiam comigo. Da conveniência, do assossego. Daquilo que era meu e não precisava reevindicar. Sinto a falta do dia-a-dia-hora-a-hora. E como faz falta.
Não sei, por mim caia no mundo. Detesto quando vontade de escrever esbarra na falta daquilo-que dizer. E de olhar para a tela piscante e branca com a mente mais branca ainda. De ler tudo que escrevi e achar sem sentido sem miolo e sem... isso.
22.1.09
pranto trás aconhego? não, não me trouxe. Mentira, trouxe sim. Não há nada como chorar, alivia e limpa a alma e joga tudo fora. Tudo Fora.
Pena que os sentimentos não vão embora com o choro, pena que este alívio no fundo trás mais dor. E você chora, chora, e tudo volta, e vem mais choro. E os motivos vem junto.
Decidi parar de chorar, parar mesmo. assim os motivos somem, vão sumindo... Depois chorar não tem mais graça. Não tem efeito. não muda nada, não trás o aconchego...
Não há em beleza o que se compare ao pranto de uma moça. Choro do coração vem mais bonito, não importa se tem sentido ou não. Porque moça jovem, só chora pelo bem-amado, sendo ele verdadeiro ou não. Não existem melhores motivos para chorar do que de amor, seja saudade... seja tristeza.
O bem-amado lhe faz chorar, como me faz chorar, e como faz chorar todas nós.
E de chorar assim, amiude, hei de me perder entre cartas, livros e meu coração.
19.1.09
Pois sim, era o fim. Por carta, o rapaz não tivera coragem de faze-lo ao vivo e em lágrimas. Se o tivesse feito, era bem capaz de ainda estarem juntos, mesmo tão distantes.
Fazia tempo que ele não passava em sua janela, em nehuma das milhares que tinha a escolher. Ela sentira falta, mas aparecia com desculpas para justificar a ausência do bem-amado. Para quê enganar a sí mesma? Os outros já sabiam, menos ela. Era cega pois não queria ver.
Enfim viu. Este era o fim de sua espera. Uma espera que levou ao vazio, mas um vazio que doia menos. Agora tinha porque chorar. As palavras faltavam, as lágrimas cobriam as lacúnas. Estava oficialmente só, como não queria ver antes.
Não se sabe o destino do rapaz. No fundo, a moça ainda cultiva a sua esperança, tão pequena e frágil. Ela queria acreditar no melhor das pessoas. Um dia ele iria voltar para ela.
Nossa moça porém estará em outra janela, de outra casa, de outro tempo.
15.1.09
O belo rapaz perdeu sua magia, não era mais no diminuitivo; tinha de ser Sr. De Tal. E agora seria assim.
A moça perderia os antigos costumes, junto com seu velho brilho. Agora era lampião sem chama com falta-do-que-queimar. Sem serventia. Apática.
Não tinha fome ou sono, mas os saciava por hábito. Era praxe. Estava era enjoada. Da vida, do cheiro da cozinha... do que tinha na cabeça. Poderia - e queria - jogar tudo para fora. Tinha que agir.
A varanda era tão convidativa. Embaixo, os campos a aguardavam. Eram imutáveis, assim como ela desejava ser de uma vez por todas!
Não podia. Não era vôo para liberdade, solução... era para dentro da imensidão que é sua alma - e dúvida.
Devia escolher a janela certa não para dar fim, mas para começar outra vez. Respirou fundo, fechou os olhos e sentiu o vento.
Eles saberiam esperar por ela.
11.1.09
clichê.
porque é bom e doloroso, e é nescessário e tão descartável que me da dó joga-lo fora. porque me é precioso, como pequeno cacareco em cima do criado-mudo. aquele que quebra tão facilmente, junta poeira mas é único. protege-lo é como proteger a si mesmo.
dói.
mais lágrimas. escorrem no rosto tão habitualmente que cavam sulcos. como rio seguindo teu mesmo caminho. nunca são as mesmas águas, não são as mesmas lágrimas. e levam para o mesmo lugar. você sem mim.
como eu espero a seca.
6.1.09
Ao caminhar pela rua, os dedos das mãos não bastavam para contar os elogios que ouvia. Eram assobios, manifestações diversas e muitos olhares. Mas nada lhe importava.
Sim, ela tinha seu coração em outro lugar. Não somente nos livros ou nos heróis do cinema mudo. O seu coração residia em um belo rapaz. Bom, belo em seu íntimo, suas amigas o achavam sem graça ou porte. Quando se trata de coração, cada um conhece o seu.
De sua vida, era exatamente o que queria. Ele. Simples como viver, e como queria viver!
A curiosidade os consome; será que o belo rapaz sentia o mesmo?
A curiosidade também a consumia. Houveram declarações, troca de olhares e muito - muito - mais. Em relação ao rapaz, pouco se sabia, pois sua vida não residia em suas mãos.
Para os dois, só o tempo iria dizer. E como esperavam ouvir!
5.1.09
não sei como sera daqui em diante, mas irá conter palavras e talvez algumas intenções. uma via de escape, uma pública e fácil. mas sobre tudo, será um relato cheio de pedaços, assim como eu mesma sou. relatos que formaram a minha vida, que não deixa de ser a tua também.